Ação severa da Polícia espanhola sobre os casinos

Vito Zapata Olivera | 19 Abril 2018

Ação severa sobre a participação de menores em jogos de azar no território de EspanhaAtualmente, verifica-se uma consciência renovada a nível mundial no que se refere a promover produtos junto a menores de idade, bem como à participação de menores em atividades de apostas. Em Portugal, sempre houve essa preocupação e Espanha também não escapou à regra. Agora, o Corpo Nacional de Polícia de Espanha assumiu o compromisso de acabar com todas as formas de participação de menores em jogos de azar.

Nos últimos tempos, as casas de jogo localizadas em Espanha têm vindo a estar debaixo de fogo e de uma chuva de críticas, devido ao facto de terem permitido que indivíduos menores de idade acedessem a atividades de jogos de azar nas respetivas instalações. Segundo os relatos, indivíduos menores de idade têm vindo a aceder a casas de jogo na cidade de Oviedo, incluindo uma mão cheia de bares que disponibilizam slots, através da utilização de documentos de identificação falsos.

O Corpo Nacional de Polícia está a tentar minimizar esse tipo de ocorrências, aumentando o número de rusgas aleatórias a todas as instalações onde se realizam jogos e apostas, bem como aos casinos locais do país

A participação de menores em jogos de azar está a aumentar

Ao abrigo da legislação sobre os jogos de azar existente em Espanha, os proprietários de casinos e outras instalações onde se pratiquem tais atividades são obrigados a verificar os comprovativos de identificação de todos os jogadores. Caso surja qualquer suspeita de que determinado jogador pode ser menor de idade e estar a utilizar um comprovativo de identidade falso, o proprietário do casino é obrigado a pedir que lhe sejam apresentados documentos de suporte que atestem a legitimidade do cartão ou documento de identificação.

Tornou-se evidente que este problema está a aumentar, devido ao número crescente de crianças que participam em atividades de jogo constatado ao longo dos últimos anos. Um inquérito realizado pelo Grupo de Investigação de Comportamentos Viciantes, que faz parte do Departamento de Psicologia da Universidade de Oviedo, revelou que, ao longo de 2015, um número não inferior a 1,2% dos participantes do inquérito enfrentaram algum tipo de problema de jogo. Participaram no inquérito 1400 crianças com idades entre os 14 e os 18 anos.

A sensibilização é fundamental

Os dados recolhidos durante a investigação também revelaram que os jogadores menores de idade mostraram preferência pelas apostas desportivas e jogos de lotaria. Em seguida, o grupo de investigação também alertou que o jogo online e a facilidade de acesso aos serviços de jogo online poderiam incentivar ainda mais a participação de jogadores menores de idade em todos os tipos de atividades de apostas, tanto online como nas instalações de casinos físicos.

Na sequência da publicação dos resultados do inquérito realizado em 2015, Máximo Enrique Guttiérrez, presidente da LARPA, uma associação de reabilitação, advertiu que os reguladores precisavam de ser sensibilizados quanto ao aumento da participação de menores em jogos de azar no país, bem como quanto ao facto de que 90% dos jogadores menores de idade acedem aos recintos de jogo através da utilização de cartões de identificação falsos.