68% dos jogadores portugueses jogam ilegalmente

Vito Zapata Olivera | 11 Dezembro 2017

A maioria dos jogadores portugueses visita sítios de jogo ilegaisDe acordo com um estudo nacional recente, um número incrivelmente elevado de jogadores dos casinos online em Portugal estão alegadamente a optar por sítios de jogo não regulados para fazer as suas apostas. Até 68% dos jogadores portugueses participam em jogos de azar em sítios web do mercado negro e cinzento, evidenciado uma tendência preocupante que tem de ser rapidamente encarada pelos reguladores locais.

O relatório, encomendado pela Remote Gambling Association (RGA), revelou que quase 70% de todos os jogadores online, residentes em Portugal, admitiram ter apostado em sítios web ilegais desde 2015, quando foi implementado no país o novo quadro regulamentar para o iGaming (jogo online).

O quadro regulamentar atual em Portugal impede os operadores de jogo offshore de oferecer os seus serviços aos residentes locais, a menos que obtenham uma licença dos reguladores portugueses. No entanto, isto não impediu que os jogadores recorressem a marcas não licenciadas na tentativa de descobrir os melhores mercados, jogos de casino e probabilidades de ganhos que são mais difíceis de encontrar nos sítios aprovados localmente.

Os jogadores optam pelas melhores probabilidades de ganhos

De acordo com os dados recolhidos pelos consultores locais da Eurogroup Consulting, cerca de 38% dos jogadores online em Portugal fizeram as suas apostas recorrendo apenas a operadores de jogo não licenciados e outros 30% admitiram jogar, nos últimos dois anos, tanto nos sítios regulados como nos sítios não licenciados.

Acresce ainda que apenas 39% de todas as operações de iGaming em Portugal ocorreram dentro do quadro regulamentar legal do país. Os participantes no estudo responderam que escolhem fazer as suas apostas com operadores de jogo não licenciados porque, entre outros fatores, estes tendem a oferecer melhores probabilidades de ganhos e uma seleção mais abrangente de jogos e mercados de apostas.

É improvável uma revisão das leis antes do próximo mês de maio

Neste estudo, a RGA destacou que Portugal não proporcionou um ecossistema saudável em que as empresas de jogo legais possam operar. A Associação, que representa muitos dos maiores operadores mundiais, há muito que critica o sistema de tributação em Portugal, que tributa os operadores das apostas desportivas com base nos seus volumes de negócios globais. Em contrapartida, a maioria das outras jurisdições reguladas apenas tributa as receitas brutas do jogo.

No seguimento da publicação do seu novo relatório, a RGA pediu já uma revisão imediata e completa das leis atuais do jogo em Portugal que, no seu entender, são muito desadequadas. No entanto, os legisladores sugeriram que uma revisão dessa natureza só deveria ocorrer dois anos após a concessão da primeira licença de jogo online. É portanto improvável que esta revisão seja iniciada antes do mês de maio do próximo ano.

Links de referência:
https://www.gamblinginsider.com/news/4632/68-of-portuguese-online-players-gamble-on-unregulated-sites